Recentemente, a autora americana Safiya Noble escancarou o preconceito e o machismo claro dos mecanismos de busca.
Ao mesmo tempo, a especialista em comportamento digital destacou que os algoritmos são verdadeiros fofoqueiros, dando conta da sua vida internet afora.
De fato, o Wall Street Journal investiga o Facebook. De acordo com Noble, não só o Facebook, mas todas as redes sociais deveriam pagar pela bagunça que fazem no campo digital. Sabiamente, a autora compara toda a sujeira virtual criada pelos sites com o derramamento de óleo no mar.
Nesse caso, a empresa petrolífera é obrigada a conter os danos. Então, por que na internet seria diferente?
Na verdade, a LGPD tem o objetivo de diminuir o alcance dos algoritmos em reter e divulgar os dados de usuários.
Mas, a publicidade de grandes empresas virtuais ainda é bem predatória. Ao mesmo tempo, toda essa vigilância dos algoritmos tem efeitos mais profundos do que vemos.
De acordo com Noble, toda a tecnologia ajuda a promover cada vez mais discriminação, opressão e injustiça no campo real.
O debate dos algoritmos no Brasil
Aqui no Brasil, a preocupação com a regulamentação de redes sociais está cada vez mais intensa. Para Noble, tanto aqui quanto nos Estados Unidos, elas divulgam discursos de ódio e preconceito a ponto de colocar em risco a vida de pessoas que pertencem a minorias.
Afinal, hoje em dia, é praticamente impossível separar a vida dentro e fora do campo digital. Mas, a autora ainda chama a atenção para ouro ponto sensível.
Em teoria, os usuários tendem a pensar que tudo o que se posta é temporário, vai desaparecer em pouco tempo.
De fato, pode ser que a conversa desapareça da página inicial do Whatsapp ou o post se perca no feed do Twitter. Mas, o que se divulga na internet não some nunca mais.
A tecnologia foi vilã na pandemia
Além dos algoritmos, as próprias empresas de tecnologia são objeto de estudo da especialista também. Pois, de acordo com ela, as empresas de tecnologia foram as que mais lucraram no período.
Além disso, continuam sem pagar impostos, o que reflete diretamente nos serviços de saúde e saneamento básico.
Ainda assim, o mercado tecnológico foi capaz de investir em soluções e “melhorias” nos algoritmos visando oferecer serviços que, na visão da autora, não eram tão necessários.
Por exemplo, Safiya aponta que a população precisava de informações científicas confiáveis, que oferecessem segurança para que a população se vacinasse.
Apesar da tecnologia ter sido extremamente útil para a realização de inúmeros serviços, profissionais de saúde, de ensino e até famílias carentes precisavam urgentemente de recursos.
Então, como o algoritmo predatório foi de ajuda em algum desses campos, enquanto as empresas lucravam horrores?
A questão levantada pela autora faz todo sentido. Afinal, por que as empresas só pensaram no quanto poderiam lucrar oferecendo softwares pensados para facilitar a vida dos profissionais, mas não pensaram em doar soluções para os campos mais precários durante a crise?
Ainda existem mais perguntas do que resposta quando se fala de algoritmos e vigilância na rede.
Mas, que as empresas poderiam usar seu poder para o bem… isso é fato.
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