Lei contra maus tratos a animais tramita no Senado Francês
Recentemente, a França criou uma lei contra maus tratos a animais, proibindo a venda de animais de estimação.
Assim, o objetivo desta lei é combater os maus tratos aos animais e proibir que as lojas vendam cães e gatos de estimação.
Entenda mais sobre.
Entenda a lei contra maus tratos a animais
O texto da lei abrange tanto animais domésticos, como cães e gatos, quanto animais selvagens, estipulando algumas medidas de proteção.
Algumas das medidas são a proibição progressiva da presença de animais selvagens e golfinhos em espetáculos, incluindo circos, festas privadas e programas de televisão.
Contudo, a lei ainda precisa ter a aprovação do Senado para entrar em vigor.
Para os animais domésticos, a lei proíbe a venda generalizada dos bichinhos, que ficam expostos nas vitrines e petshops.
Todo esse processo de venda de animais cria uma cadeia exploratória dos animais de estimação, pois para que os bichinhos sejam vendidos, são necessárias algumas ações.
Uma das ações é o desmame precoce, onde o animal é desmamadado com quatro ou cinco semanas vida.
Estudiosos afirmam que o desmame precoce prejudica o desenvolvimento do bichinho.
Além disso, quando expostos para a venda, os bichinhos não tem um espaço apropriado e adaptado, prejudicando a socialização do animal.
Outro ponto que merece destaque nesta lei é o aumento no valor da pena para os maus tratos graves de animais.
Com a lei, a pena pode chegar a três anos de prisão, e uma multa de 45 mil euros (cerca de R$ 300 mil reais).
Lei contra maus tratos e adoções irresponsáveis
A venda de animais é um tema bem complexo e cheio de detalhes.
Segundo a Sociedade Protetora de Animais (SPA), a compra de animais se torna um problema pelo fato de que os bichinhos são vistos como objetos.
Com isso, o consumo e a compra é feita por impulso, resultando muitas vezes em uma adoção irresponsável do animal.
Um dos pontos muito criticados na venda de animais é o fato de que nem todas as raças são vendidas.
Com isso, é gerada uma cadeia bem parecida com o atacado, onde os cães e gatos são produzidos em grande quantidade, sem respeitar o bem estar dos animais.
Dessa forma, a venda de animais ainda contribui para o transporte e comercialização ilegal dos animais.
Exploração animal e uso da pele
Outro ponto muito importante abrangido pela lei é a proibição da criação de animais para a venda de peles.
No entanto, caso a lei seja aprovada, será proibido criar animais para a produção de pele, a partir de 2023.
Nesse sentido, a lei ganhou força devido a atuação da L214, que é uma organização que luta pela proteção dos animais.
A associação realiza filmagens com câmeras escondidas em aviários, fazendas e locais de produção de carne, para mostrar a crueldade feita com os animais.
A atuação da L214 nesse sentido ganhou força quando os visons foram infectados pelo coronavírus. Com isso, milhões foram abatidos na Dinamarca.
A principal crítica da L214 sobre o tema é que os visons são criados, em muitos casos, para manter a indústria de luxo e produção de pele.
Proteção seletiva
Embora a lei de proteção aos animais tenha uma proposta que vise o bem-estar animal, existe um detalhe incoerente: a lei não abrange todos os animais.
Nesse sentido, o texto da lei não oferece proteção para os animais explorados pelos humanos e destinados a alimentação, como por exemplo, gado, aves, suínos e ovinos.
Assim, o fato da lei não amparar todos os animais gera o questionamento sobre uma espécie de proteção seletiva, a qual contribui para o comércio e para a exploração animal.
Contudo, a lei pode ser vista como um avanço em alguns sentidos, pois a proibição de animais selvagens em espetáculos é considerada um passo para a interdição dos zoológicos na França, outro tema de grande polêmica.
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