Financiamento imobiliário em 2023: Está mais difícil obter?

Descubra os principais motivos que tornam o financiamento imobiliário mais difícil em 2023 e veja dicas de como se planejar.

Financiar a casa própria é o sonho de muitos brasileiros, mas esse sonho está cada vez mais distante em 2023. Isso se deve ao aumento das taxas de juros, à escassez de recursos e à inflação, que afetam diretamente o mercado imobiliário e o bolso dos consumidores.

Neste artigo, vamos explicar os principais motivos que tornam o financiamento imobiliário mais difícil em 2023 e dar algumas dicas de como se planejar para realizar esse projeto. Acompanhe!

Aumento das taxas de juros

Um dos fatores que mais encarecem o financiamento imobiliário é a taxa de juros, que representa o custo do crédito. Quanto maior a taxa, maior será o valor das parcelas e do saldo devedor.

Em 2023, as taxas de juros dos principais bancos subiram em relação aos anos anteriores, acompanhando a alta da taxa básica de juros (Selic), que é usada como referência para o mercado financeiro.

Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a taxa média de juros dos financiamentos imobiliários com recursos da poupança (SBPE) foi de 9,5% ao ano em abril de 2023, contra 7% ao ano em dezembro de 2020.

Isso significa que um financiamento de R$ 200 mil em 30 anos, por exemplo, teria uma parcela inicial de R$ 1.398,43 com a taxa de 7% ao ano e uma parcela inicial de R$ 1.677,77 com a taxa de 9,5% ao ano, uma diferença de R$ 279,34 por mês.

Escassez de recursos

Outro problema que dificulta o financiamento imobiliário em 2023 é a escassez de recursos disponíveis para o crédito. Isso acontece porque os bancos dependem da captação de recursos junto aos investidores e aos poupadores para poderem emprestar aos compradores.

Com a alta da inflação e da Selic, os investidores preferem aplicar seu dinheiro em outras modalidades mais rentáveis do que a poupança, que é a principal fonte de recursos para o financiamento imobiliário.

Além disso, os poupadores também estão retirando seu dinheiro da poupança para fazer frente às despesas do dia a dia ou para buscar outras opções de investimento.

Segundo dados do Banco Central, a poupança registrou um saldo negativo de R$ 27,5 bilhões no primeiro quadrimestre de 2023, ou seja, os saques superaram os depósitos nesse período.

Com menos recursos disponíveis, os bancos ficam mais seletivos na hora de conceder crédito e podem exigir mais garantias e condições dos clientes, como uma entrada maior, uma renda mais alta ou um relacionamento mais estreito com a instituição.

Inflação

A inflação é outro fator que impacta negativamente o financiamento imobiliário em 2023. A inflação representa o aumento generalizado dos preços dos bens e serviços na economia e reduz o poder de compra da população.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, acumulou uma alta de 6,76% nos 12 meses encerrados em abril de 2023.

Isso significa que os produtos e serviços ficaram mais caros nesse período e que o salário dos trabalhadores perdeu valor real. Com isso, fica mais difícil poupar para dar uma entrada no financiamento ou pagar as prestações do imóvel.

Aumento do preço dos imóveis

O aumento do preço dos imóveis é mais um obstáculo para quem quer financiar a casa própria em 2023.

Segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o Índice FipeZap, que acompanha o preço médio de venda de imóveis residenciais em 50 cidades brasileiras, registrou uma alta de 4,48% nos 12 meses encerrados em abril de 2023.

Isso significa que os imóveis ficaram mais caros nesse período e que os compradores precisam desembolsar mais dinheiro para adquirir a propriedade desejada.

Além disso, o aumento do preço dos imóveis também eleva o valor do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e das taxas cartoriais, que são custos adicionais na hora da compra.

Crise econômica

Por fim, a crise econômica que o país enfrenta também dificulta o financiamento imobiliário em 2023. A crise é resultado da combinação de fatores como a pandemia de covid-19, a instabilidade política, a queda da atividade econômica e o aumento do desemprego.

Segundo dados do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, recuou 4,1% em 2020 e cresceu apenas 1,2% no primeiro trimestre de 2023.

Já a taxa de desemprego atingiu 14,7% no primeiro trimestre de 2023, o maior nível da série histórica iniciada em 2012. Isso significa que cerca de 14,8 milhões de pessoas estão sem trabalho no país.

Dicas para financiar a casa própria em 2023

Diante de tantas dificuldades, financiar a casa própria em 2023 pode parecer uma missão impossível. No entanto, com planejamento e disciplina, é possível realizar esse sonho. Veja algumas dicas para te ajudar nesse processo:

  • Pesquise as opções de financiamento disponíveis no mercado e compare as taxas de juros, as condições e os prazos oferecidos pelos diferentes bancos;
  • Faça uma simulação do financiamento e verifique se as parcelas cabem no seu orçamento mensal sem comprometer outras despesas essenciais;
  • Poupe o máximo possível para dar uma entrada maior no financiamento e reduzir o valor das parcelas e do saldo devedor;
  • Mantenha um bom histórico de crédito e evite contrair outras dívidas que possam afetar sua capacidade de pagamento e sua pontuação no Serasa ou no SPC;
  • Busque por imóveis que se enquadrem no seu perfil e no seu bolso e negocie o preço com o vendedor;
  • Aproveite as oportunidades de descontos e benefícios oferecidos por programas habitacionais como o Casa Verde e Amarela ou pelo uso do FGTS.

Com isso, esperamos que o artigo de hoje tenha lhe ajudado. Até a próxima!

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