Aeroporto Internacional de Natal: Zurich vence leilão

O Aeroporto Internacional de Natal, localizado na região metropolitana de São Gonçalo do Amarante (RN), foi arrematado pela Zurich Airport International em um leilão de relicitação realizado na sede da B3, em São Paulo.

Devidamente noticiado, o leilão ocorreu no dia 19 de Maio de 2023.

Com isso, o grupo suíço ofereceu R$ 320 milhões pelo terminal, um ágio de 41% sobre o lance mínimo de R$ 226,9 milhões.

O que é relicitação?

Relicitação é o processo pelo qual uma concessão pública é devolvida pelo concessionário ao poder concedente e é licitada novamente para outro interessado.

Em relação ao aeroporto de Natal, a relicitação foi solicitada pela Inframerica, consórcio formado pela argentina Corporación América e pela brasileira Engevix, que venceu o primeiro leilão do terminal em 2011.

A Inframerica alegou que o aeroporto não apresentava viabilidade econômico-financeira e que sofreu com a crise do setor aéreo provocada pela pandemia de Covid-19.

Nesse sentido, a devolução amigável foi autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em Fevereiro de 2023, após análise da situação do contrato e das condições do mercado.

Quem é a Zurich Airport International?

A organização é uma subsidiária da Flughafen Zürich AG, empresa que administra o aeroporto internacional de Zurique, na Suíça.

Vale destacar que a organização tem experiência na gestão de aeroportos em vários países, como Chile, Colômbia, Índia e Jamaica.

No Brasil, a Zurich Airport International já opera os aeroportos de Florianópolis (SC), Macaé (RJ) e Vitória (ES), além de ser sócia do grupo CCR na concessão do aeroporto de Confins (MG).

Desse modo, a empresa tem como foco investir em terminais regionais com potencial de crescimento e desenvolvimento.

Como foi o leilão?

O leilão do aeroporto de Natal foi o primeiro realizado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e teve como critério de julgamento a maior contribuição inicial ofertada para a ampliação, manutenção e exploração do terminal pelo prazo de 30 anos.

Referente ao certame, ele teve apenas dois concorrentes: a Zurich Airport International e a XP Asset, braço de gestão de recursos da corretora XP.

A disputa foi acirrada e contou com várias rodadas de lances viva-voz até que a Zurich Airport International fez a oferta final de R$ 320.000.012, superando a proposta da XP Asset de R$ 319.999.999.

Quais são os planos para o Aeroporto Internacional de Natal?

O terminal aéreo de Natal tem a possibilidade de acolher 6 milhões de viajantes anualmente, dispõe de oito pontes para embarque e desembarque, e administra viagens dentro do país e para o exterior.

Para os que não sabem, o local foi inaugurado em 2014 para atender à demanda da Copa do Mundo e é considerado um dos mais modernos do país.

A Zurich Airport International pretende investir na melhoria da infraestrutura e dos serviços do aeroporto, buscando aumentar a eficiência operacional, a qualidade do atendimento aos passageiros e as receitas comerciais.

Não apenas, a empresa também quer atrair novas rotas e companhias aéreas para o terminal, aproveitando sua localização estratégica no Nordeste brasileiro.

Diante disso, a previsão é que a transição entre as empresas aconteça no início de 2024, após a homologação do resultado do leilão e a assinatura do contrato de concessão.

Até lá, a Inframerica continuará à frente da administração do aeroporto.

Qual é a importância do leilão?

O leilão do aeroporto de Natal é considerado um marco para o setor aeroportuário brasileiro, pois foi o primeiro caso de relicitação bem-sucedida no país.

Sendo assim, o processo demonstrou que há interesse da iniciativa privada em assumir concessões que enfrentaram dificuldades financeiras ou operacionais e que há mecanismos legais para garantir a continuidade dos serviços públicos.

Além disso, o leilão também mostrou que há espaço para novos investimentos em infraestrutura no Brasil, mesmo em um cenário desafiador imposto pela pandemia.

Dado o resultado positivo do certame, isso pode estimular outras concessões no setor e em outras áreas, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do país.

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