Eleições na Argentina: O que esperar do primeiro turno hoje?

Descubra as últimas notícias e análises sobre as eleições na Argentina. Fique por dentro do cenário político do país.

Neste domingo (22), está ocorrendo as eleições na Argentina e a população vai às urnas para escolher o próximo presidente do país, em meio a uma crise econômica e social que afeta milhões de pessoas.

Três candidatos se destacam nas pesquisas de intenção de voto:

  • Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, Sergio Massa, da coalizão governista Unión por la Patria, e Patricia Bullrich, da aliança opositora Juntos por el Cambio.

Quem são os candidatos favoritos nestas eleições na Argentina?

São eles:

  • Javier Milei é um economista liberal que defende a dolarização da economia argentina, a redução dos gastos públicos e a privatização de empresas estatais. Ele é conhecido por seu discurso polêmico e agressivo contra o governo, os políticos tradicionais e os movimentos sociais. Também liderou as eleições primárias realizadas em setembro, com 27,9% dos votos.
  • Sergio Massa é o atual ministro do Interior e um dos principais aliados do presidente Alberto Fernández. Ele representa a ala moderada do peronismo, que busca conciliar os interesses dos setores produtivos, dos trabalhadores e dos movimentos sociais. O mesmo propõe um plano de recuperação econômica baseado no aumento das exportações, no incentivo ao consumo interno e na renegociação da dívida externa. Aparece em segundo lugar nas pesquisas, com 30,9% das intenções de voto.
  • Patricia Bullrich é a líder da oposição de direita e ex-ministra da Segurança do governo de Mauricio Macri. Ela defende uma agenda conservadora nos valores morais e liberais na economia. Ela critica o governo pela gestão da pandemia, pela inflação elevada e pela insegurança pública. Ela também é favorável à dolarização da economia e à redução do Estado. Está em terceiro lugar nas pesquisas, com 24,4% das intenções de voto.

Como funciona o sistema eleitoral argentino?

Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa obter 45% dos votos válidos ou mais de 40% e uma diferença de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado.

Caso contrário, haverá um segundo turno entre os dois mais votados, previsto para 19 de novembro.

O sistema eleitoral argentino foi estabelecido em uma reforma constitucional de 1994.

Desde então, houve sete eleições presidenciais, e apenas uma foi decidida no segundo turno: em 2015, quando Mauricio Macri derrotou Daniel Scioli.

Quais são os principais desafios do próximo presidente?

O próximo presidente da Argentina terá que enfrentar uma série de desafios econômicos e sociais que se agravaram com a pandemia de Covid-19. Entre eles, estão:

  • Recessão econômica: a Argentina acumula três anos consecutivos de queda do Produto Interno Bruto (PIB), que encolheu 9,9% em 2020. Nesse sentido, a previsão para 2021 é de um crescimento de 6%, insuficiente para recuperar as perdas anteriores.
  • Inflação: a Argentina tem uma das maiores taxas de inflação do mundo, que chegou a 51,4% nos últimos 12 meses. Isso afeta o poder de compra da população e dificulta o controle das contas públicas.
  • Pobreza: a Argentina tem mais de 42% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, o que representa cerca de 19 milhões de pessoas. A pandemia aumentou a desigualdade social e a vulnerabilidade dos setores mais afetados pela crise.
  • A dívida externa: a Argentina tem uma dívida externa de cerca de US$ 335 bilhões, equivalente a 97% do PIB. O país está em negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para reestruturar um empréstimo de US$ 44 bilhões contraído em 2018. O próximo presidente terá que definir os termos do acordo e os compromissos de ajuste fiscal.

Como a eleição na Argentina pode afetar o Brasil?

A eleição na Argentina pode ter impactos no Brasil, que é o principal parceiro comercial do país vizinho.

Segundo dados do Ministério da Economia, o comércio bilateral entre os dois países somou US$ 16,9 bilhões em 2020, sendo US$ 9,2 bilhões de exportações brasileiras e US$ 7,7 bilhões de importações argentinas.

O resultado da eleição pode influenciar o grau de integração e cooperação entre os dois países, tanto no âmbito do Mercosul quanto em outros temas de interesse regional e global.

Além disso, pode afetar o clima de confiança e os investimentos entre as duas economias.

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