Copel avança no processo de privatização; BNDES é contrário

Veja os desafios envolvidos na privatização da Copel, empresa de energia elétrica do Paraná, e os impactos na modernização do setor elétrico.

A Copel, empresa de energia elétrica do Paraná, está avançando no seu processo de privatização, apesar do ruído gerado pela decisão do BNDES de suspender a venda da sua participação na empresa.

Nesse sentido, a companhia anunciou ontem que contratou o banco Credit Suisse para assessorar a modelagem da desestatização, que deve ocorrer até o final de 2023.

O que é a Copel e por que ela quer se privatizar?

A Copel é uma empresa de capital aberto controlada pelo governo do Paraná, que detém 58,6% das ações ordinárias e 31,07% do capital total.

A empresa atua nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, além de serviços de telecomunicações e gás natural.

Diante disso, a privatização da Copel faz parte do plano do governador Ratinho Junior (PSD) de modernizar a gestão pública e atrair investimentos privados para o estado.

Segundo ele, a venda da empresa vai permitir que ela se torne mais competitiva e eficiente, além de gerar recursos para investir em outras áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança.

Como está o processo de privatização da Copel?

O processo de privatização da Copel foi iniciado em fevereiro deste ano, quando o governo do Paraná enviou à Assembleia Legislativa um projeto de lei que autoriza a desestatização da empresa. O projeto foi aprovado em maio, após um intenso debate entre os deputados estaduais.

Em junho, a Copel realizou uma assembleia geral extraordinária que aprovou a alteração do seu estatuto social para adequá-lo às regras do Novo Mercado da B3, segmento que exige o mais alto nível de governança corporativa.

Com efeito, a empresa  também criou um comitê especial formado por conselheiros independentes para conduzir o processo de privatização.

Ontem, a Copel anunciou que contratou o banco Credit Suisse para assessorar a modelagem da desestatização, que deve levar em conta aspectos técnicos, econômicos, financeiros, jurídicos e regulatórios. A empresa espera concluir o processo até o final de 2023.

Qual é o papel do BNDES na privatização da Copel?

O BNDES é um dos acionistas minoritários da Copel, com uma participação de 24,03% nas ações ordinárias e 13,71% no capital total.

Com efeito, o banco é responsável por coordenar o Programa Nacional de Desestatização (PND), que inclui a venda das suas participações em empresas estatais ou controladas por governos estaduais ou municipais.

No entanto, na semana passada, o BNDES surpreendeu o mercado ao anunciar que suspendeu a venda da sua participação na Copel, alegando que não havia consenso entre os acionistas sobre os termos e condições da operação. O banco disse que vai aguardar a definição do modelo de privatização da empresa pelo governo do Paraná e pelo comitê especial.

A decisão do BNDES gerou ruído e incerteza sobre o futuro da Copel, já que o banco é considerado um agente facilitador e indutor da privatização. Alguns analistas chegaram a questionar se o governo do Paraná teria interesse em manter o controle da empresa ou se haveria resistência política à venda.

Como a Copel reagiu à decisão do BNDES?

A Copel afirmou que respeita a decisão do BNDES e que mantém o seu compromisso com a privatização. A empresa disse que vai continuar dialogando com o banco e com os demais acionistas para buscar uma solução que atenda aos interesses de todos os envolvidos.

A empresa também destacou que a decisão do BNDES não afeta o seu desempenho operacional e financeiro, nem os seus planos de investimento e crescimento. A Copel registrou um lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 89% em relação ao mesmo período de 2020. A empresa também anunciou a aquisição de uma participação de 49% na transmissora de energia Celeo Redes Brasil por R$ 1,7 bilhão.

Quais são os desafios e as oportunidades para a Copel?

A Copel enfrenta alguns desafios para concluir o seu processo de privatização, como a definição do modelo de venda, a negociação com os acionistas, a obtenção das aprovações regulatórias e a realização do leilão na B3.

De igual modo, a empresa também precisa lidar com o cenário de crise hídrica e energética que afeta o país, que pode impactar os seus custos e receitas.

Por outro lado, a Copel tem oportunidades para se consolidar como uma das maiores e mais rentáveis empresas de energia elétrica do Brasil, com um portfólio diversificado e equilibrado de ativos.

A empresa também pode se beneficiar da retomada da economia e da demanda por energia, além de explorar novos segmentos e mercados, como as energias renováveis, a mobilidade elétrica e a digitalização.

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