Classe média endividada: aumenta inadimplentes entre abril e maio

Aumenta o número de inadimplentes e deixa a classe média endividada entre os meses de abril e maio. Saiba mais detalhes!

A classe média endividada foi como constatou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na transição de abril e maio, a média nacional de famílias com dívidas em aberto permanece inalterada pelo quarto mês, em 78,3%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). No entanto, o nível de endividamento é superior ao de um ano atrás (77,4%).

Aqueles que declararam contas a vencer totalizaram 18% e esses se consideram muito endividados. Esse é o maior porcentual desde agosto de 2022.

“O endividamento dos consumidores permanece estável desde dezembro do ano passado, especialmente por conta do encarecimento e da seletividade das concessões de crédito pelas instituições financeiras. A taxa média de juros das concessões de crédito às pessoas físicas alcançou 59,7% ao ano em abril, o maior porcentual desde agosto de 2017, segundo dados do Banco Central”, explicou a CNC.

Mais sobre a pesquisa da classe média endividada

Em relação à classe média endividada, a pesquisa também mostrou estabilidade na proporção de consumidores com dívidas vencidas, que atingiu 29,1% dos domicílios em maio, o mesmo que em abril. Em maio de 2022, a proporção de inadimplentes era de 28,7%.

Além disso, 11,8% das famílias que entraram em incumprimento em maio de 2023 disseram que não conseguiram pagar as suas dívidas vencidas, vale ressaltar que esta é a taxa mais alta desde outubro de 2020.

Isis Ferreira, a economista responsável pelo CNC, explica o motivo: “Os juros elevados dificultam o pagamento da dívida atrasada, pois pioram as despesas financeiras”.

Outro ponto importante relacionado a classe média endividada é o aumento dos juros, ele tem pressionado mais os orçamentos das famílias de classe média, enquanto a expansão políticas voltadas para benefícios sociais está aliviando o peso dos grupos de baixa renda.

Entre abril e maio, a parcela da dívida entre os mais pobres e os mais ricos diminuiu. Entretanto, aumentou entre os assalariados de renda média.

Em grupos com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a parcela de recebíveis caiu de 79,0% em abril para 78,7% em maio. Entre os que ganham 10 salários mínimos, essa parcela caiu de 75,3% para 75,0%. Na classe média com renda de três a cinco salários mínimos, o índice de endividamento subiu de 78,7% para 79,6%, e no grupo de cinco a dez salários mínimos, o índice de endividamento ultrapassou de 77,8% para 78,0%.

O mesmo aconteceu com a inadimplência. No grupo cuja renda familiar mensal não ultrapassa três salários mínimos, a proporção de inadimplentes manteve-se constante em 36,3%, e no grupo que recebe mais de 10 salários mínimos mensais, essa parcela caiu 13,9% para 13%. Na classe média com renda de três a cinco salários mínimos, a taxa de inadimplência ultrapassou 27,3% em abril para 27,7% em maio, e na faixa de cinco a dez salários mínimos de 22,6% para 23,4%.

Além da classe média endividada, a pesquisa também mostrou um maior alcance e aumento dos valores do bolsa família e a retomada da contratação formal de pessoas com menor escolaridade têm ajudado os consumidores que ganham menos de três salários mínimos para saldar suas dívidas.

“São eles, também, o principal foco de renegociações e, com isso, o risco de inadimplência vem aumentando mais na classe média”, acrescentou a economista.

A pesquisa também revelou que 45,7% dos inadimplentes ​​estão atrasados ​​há mais de três meses, o maior índice em três anos. No entanto, o CNC prevê que essa parcela reduza no segundo semestre, terminando o ano perto dos 44,5%, o que ainda significa a taxa anual mais elevada desde 2019.

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