Censo Demográfico 2022: População do Brasil e seus desafios

Descubra os resultados do Censo Demográfico 2022 no Brasil, suas implicações para políticas públicas e os impactos no país.

No ano de 2022, o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) realizou o Censo Demográfico, mais de uma década após a pesquisa anterior.

Com efeito, na quarta-feira (28), foram divulgados os primeiros resultados desse levantamento, revelando que a população do Brasil é de 203.062.512 habitantes.

Esses números ficaram abaixo das projeções anteriores feitas pelo IBGE. Em 2021, as previsões indicavam que o país teria pelo menos 213 milhões de habitantes.

Porém, em dezembro de 2022, com base em dados preliminares do censo, o instituto revisou a estimativa para 207,7 milhões, ou seja, 4,7 milhões de pessoas a mais do que o cálculo final.

O que é o Censo 2022?

O Censo, que é conduzido pelo IBGE, é uma pesquisa abrangente que tem como objetivo coletar dados sobre a população brasileira.

Assim, seu propósito é traçar um perfil socioeconômico do país, contabilizando os habitantes do território nacional, identificando suas características e revelando detalhes sobre a forma como os brasileiros vivem.

Qual a importância do Censo demográfico 2022?

A importância do Censo é indiscutível, pois ele fornece informações fundamentais para o desenvolvimento e implementação de políticas públicas, além de direcionar investimentos tanto públicos quanto privados.

Nesse sentido, suas conclusões influenciam, por exemplo, a distribuição de transferências financeiras da União para estados e municípios, bem como a identificação de áreas prioritárias para investimentos em setores cruciais como saúde, educação, habitação, transporte e energia.

Resultados do Censo 2022

Os dados revelados fornecem informações sobre a população do Brasil em 1º de agosto de 2022. A pesquisa anterior, realizada em 2010, havia contabilizado 190.755.799 pessoas, e o novo levantamento mostrou um aumento de 6,45% em relação a esse número.

Em termos absolutos, a população cresceu em 12.262.757 habitantes.

Ao longo desses 12 anos, a taxa de crescimento anual foi de 0,52%, alcançando o menor nível registrado na série histórica. As regiões Sul e Sudeste impulsionaram o crescimento populacional do país, com o Sudeste ganhando 4.482.777 pessoas e o Sul, 2.546.424.

Dos 5.570 municípios do Brasil, 3.168 ganharam habitantes entre 2010 e 2012, o que representa 56,9% do total. Por outro lado, 2.399 municípios registraram uma diminuição na população nesse mesmo período, correspondendo a 43% do total.

A cidade mais populosa do país é São Paulo, com 11.451.245 habitantes, seguida pelo Rio de Janeiro e Brasília.

Por outro lado, o Brasil possui três cidades com menos de mil habitantes:

  • Serra da Saudade (MG), com 833 habitantes;
  • Borá (SP), com 907 habitantes; e
  • Anhanguera (GO), com 924 habitantes.

É interessante notar que o crescimento populacional foi maior nas áreas rurais e no interior do país em comparação com as capitais. Cerca de 66,58% dos novos habitantes se concentraram em regiões fora dos grandes centros urbanos.

Além disso, apenas 5% das cidades brasileiras concentram 56% da população do país. Um total de 115,6 milhões de pessoas, equivalente a 56,95% da população total, reside em apenas 319 cidades.

Ao longo desse período, a média de moradores por domicílio caiu de 3,31 para 2,79, refletindo possíveis mudanças nas estruturas familiares e nos padrões de moradia.

Essas são algumas informações sobre o cenário demográfico do Brasil com base nos dados mais recentes do censo. Por exemplo, as cidades que mais ganharam população nesse período são:

 

Já noutro cenário, as localidades que menos ganharam populações/habitantes foram:

Por quais motivos o Censo atrasou?

Atrasos na realização do Censo 2022 ocorreram por diferentes motivos. De acordo com a legislação, a pesquisa deveria ser realizada a cada dez anos.

Como a edição anterior foi realizada em 2010, a próxima deveria ter ocorrido em 2020. No entanto, a pandemia de Covid-19 suspendeu a realização do Censo nesse período.

Posteriormente, em 2021, ocorreu um segundo adiamento devido a cortes orçamentários implementados pelo governo de Jair Bolsonaro.

Esses cortes afetaram o financiamento necessário para a execução do Censo. No entanto, após uma determinação do STF, o governo disponibilizou os R$ 2,3 bilhões solicitados pelo IBGE, permitindo assim o início dos trabalhos em 01/08/2022.

Até a última atualização deste relato, o IBGE não havia explicado a razão específica para a diferença entre o número final de habitantes divulgado e as estimativas dos anos anteriores.

O órgão informou que demógrafos estão investigando o fenômeno com o intuito de obter uma compreensão mais clara e detalhada sobre essa disparidade.

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