Americanas: Por dívidas, grupo pede recuperação judicial
Dívidas da empresa Americanas são aproximadamente de R$ 43 bilhões e lista completa de seus 16.300 credores vai ser divulgada; Saiba mais!
A Americanas S.A. peticionou a recuperação judicial na semana passada. A empresa do setor varejista, também proprietária do serviço financeiro AME, precisa fornecer o seu plano de recuperação no prazo de 60 dias (prazo legal).
Nesse aspecto, dos R$ 800 milhões em caixa, R$ 550 milhões estão bloqueados, sobrando R$ 250 milhões livres – e a varejista deve R$ 43 bilhões a 16,3 mil credores.
Tal situação não chega de surpresa.
Isso já era de se esperar, porquanto a Americanas entrou com pedido de urgência na Sexta-feira (13 de Dezembro) como medida cautelar para não ser cobrada pela dívida, já que a própria empresa anunciou que buscaria a recuperação judicial.
Nisso, sem a decisão de suspender as cobranças, o caixa da empresa foi ‘dragado’ – já que abriu o pedido antes.
Recuperação judicial das Lojas Americanas é falência?
A solicitação de falência não é um pedido de falência.
Caso aceito, a Americanas deve apresentar um plano de cobrança judicial e tem 180 dias para inadimplir sua dívida. Ou seja, deve mostrar como irá funcionar por meio do plano de recuperação de modo pormenorizado.
Assim, caso haja objeções ao plano (praticamente impossível para 16.300 credores que concordam por unanimidade), metade dos credores precisam consentir com o plano.
Outrossim, poderá ser realizados requerimentos, que inclui, entre outras coisas, a prorrogação dos prazos de pagamento da dívida.
Em outras palavras, é como se alguém negociasse uma dívida com uma empresa, porém R$ 500 milhões que mancharam seu nome não têm o mesmo efeito de R$ 1,5 bilhão.
Logo, caso Americanas Recebe aprovação de 8.150 credores, todos os demais que votaram em desfavor da proposta são obrigados para aprovar o novo plano de recuperação judicial.
Se o lojista não atingir esse número mágico, poderá falir. Sem essa força judicial, a Americanas teria muito mais dificuldade para negociar dívidas.
Desse modo, a recusa deste requerimento agrava a já difícil situação de qualquer empresa.
É uma boa idéia?
A ideia do recurso é que a Americanas, ou qualquer empresa declarante, comunique aos credores e empregados que não entrará com pedido de falência se tiver a oportunidade de fazer as alterações propostas.
O intuito dessa ferramenta legal salva as empresas e evita a inadimplência, além de proteger os funcionários envolvidos na administração do negócio.
Assim, é como dizem: Uma empresa é como uma criança, os donos têm grandes responsabilidades. Nisso, umas delas são os colaboradores que estão preocupados com seus empregos.
Na petição de recuperação judicial, o grupo Americanas S/A informa também sobre o impacto que sua falência terá na precificação dos ovos de Páscoa. A empresa é a maior varejista mundial desses chocolates.
Prazos estão correndo
Apesar de a Americanas possuir o prazo de 60 dias para mostrar seu plano de recuperação, os casos das multinacionais que solicitaram o pedido fornecem uma base para entender o que o varejista está fazendo.
Nisso, embora esta petição de recuperação tenha o intuito de proteger os funcionários, é provável que a Americanas demita grande parte de seus mais de 100.000 funcionários.
A empresa inclui neste número os colaboradores indiretos, pois ainda que não tenham nada a ver com a Americanas, seu trabalho vai impactar de alguma forma.
Em tempos atrás, quando se tratou de uma recuperação judicial, a empresa Oi vendeu a Oi Móvel para outras como a TIM, Claro e Vivo.
Com efeito, empresas como Submarino, Shoptime, Imaginarium e AME fazem parte da carteira do grupo Americanas, a qual é proprietária destas.
Tais marcas poderão ser vendidas para dar à empresa mais fundos para saldar suas dívidas.
Contudo, a AME não poderá, uma vez que não estar incluída na recuperação e a Americanas requereu para se beneficiar de sua fintech.
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