1º cientista brasileiro a viajar para o espaço: Conheça-o!

Conheça Alysson Muotri, o renomado cientista brasileiro que será o primeiro a viajar para a Estação Espacial Internacional em 2024.

O Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação divulgou recentemente que o cientista brasileiro Alysson Muotri, docente na Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), nos Estados Unidos, foi selecionado como o pioneiro entre os pesquisadores do Brasil para conduzir estudos na Estação Espacial Internacional.

Nesse sentido, Alysson Muotri é um biólogo molecular formado pela Unicamp e com doutorado pela USP, que atualmente é professor da faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Ele é autor de um estudo pioneiro com minicérebros, organoides criados em laboratório por meio de células-troncos para pesquisas sobre o funcionamento do cérebro humano.

A pesquisa com minicérebros pelo cientista brasileiro

Os minicérebros são estruturas tridimensionais que imitam o desenvolvimento e a organização do cérebro humano em estágios iniciais.

Assim, eles são produzidos a partir de células-tronco pluripotentes, que podem se diferenciar em qualquer tipo de célula do corpo. Essas células são induzidas a se tornarem neurônios e gliais, os principais tipos de células do sistema nervoso.

Com isso, o objetivo da pesquisa de Muotri e sua equipe é entender como as redes neurais se formam e se comunicam, e como elas podem ser afetadas por doenças ou fatores ambientais.

Os minicérebros também permitem testar novos fármacos e tratamentos para transtornos neurológicos, como o autismo, a demência e o Alzheimer.

Experimentos anteriores com a missão espacial

Em 2019, Muotri enviou 18 minicérebros para a Estação Espacial Internacional (EEI), em parceria com a Nasa e a Universidade da Califórnia.

Nessa ocasião, o experimento foi o primeiro a levar organoides cerebrais humanos para o espaço, e teve como objetivo observar como eles se comportam em um ambiente de microgravidade.

Os resultados foram surpreendentes: os minicérebros envelheceram mais rápido no espaço do que na Terra, e apresentaram mudanças na expressão gênica e na atividade elétrica.

Tais alterações podem ter implicações para a saúde dos astronautas e para o entendimento do envelhecimento cerebral.

Nova missão está prevista para este ano

Agora, Muotri está planejando uma nova missão espacial, prevista para novembro de 2024. Ele pode se tornar o primeiro cientista brasileiro a ir à EEI, onde irá realizar mais experimentos com os minicérebros. Ele pretende analisar os efeitos da radiação cósmica nos organoides, e testar possíveis terapias para proteger as células cerebrais.

Sobre os trabalhos de Alysson Muotri

Trata-se de um dos cientistas brasileiros mais renomados no mundo, e tem recebido reconhecimento pelo seu trabalho inovador.

Em junho de 2023, ele foi recebido pelo presidente Lula e pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, no Palácio do Planalto.

Na ocasião, ele apresentou o seu projeto espacial e destacou a importância de estabelecer uma parceria com o Brasil.

Outrossim, o cientista brasileiro mantém uma forte ligação com o seu país de origem.

Ele é fundador de uma empresa que faz análises genéticas e testes de drogas em São Paulo, e tem colaborado com universidades brasileiras em suas pesquisas.

Ademais, ele é autor de um livro chamado “Espiral – conversas científicas do século XXI”, que reúne artigos publicados no G1 sobre diversos temas da ciência.

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